Conteúdo informativo, IGTV, Instagram Reels e podcasts foram os destaques do marketing digital em 2020, até agora.

Mas como o marketing jurídico absorveu essas tendências?

Quais delas mais se compatibilizam com a publicidade advocatícia, nos termos permitidos pelo Conselho Federal da OAB?

Confira a nossa análise e o que você precisa saber sobre a posição do inbound marketing dentro de uma estratégia de marketing jurídico, conforme as direções que o marketing digital tem seguido em 2020.

O marketing jurídico vai mudar?

Em 2019, a OAB realizou uma consulta pública direcionada aos advogados, com perguntas sobre a publicidade advocatícia, conforme a In Company analisou na época (confira o artigo clicando aqui).

O objetivo da consulta era estudar mudanças no Provimento n.º 94/2000 do Conselho Federal da OAB.

Foram feitas perguntas a respeito da regulamentação da publicidade advocatícia nas redes sociais, a divulgação de serviços jurídicos específicos e o uso de plataformas digitais para intermediação e divulgação de serviços profissionais.

Até o momento em que o presente artigo foi publicado (out de 2020), o Provimento segue com o texto igual, e nenhuma mudança foi divulgada nas regras da publicidade do advogado.

O inbound marketing jurídico continua sendo a vertente do marketing que melhor se harmoniza com as diretrizes do Conselho Federal da OAB.

O que se viu, inclusive, foi um aumento no uso do uso do inbound marketing por advogados e escritórios de advocacias, sobretudo durante a pandemia.

Tendências e direções do marketing digital em 2020

O conteúdo foi o grande protagonista das tendências de comunicação, marketing e mídias sociais durante a pandemia.

Viu-se um aumento de conteúdo audiovisual, com destaque para os recursos de vídeo do Instagram:

para vídeos mais curtos, destacou-se o Reels;
para vídeos mais longos, destacou o IGTV.

Outro recurso que já estava em expansão e ganhou ainda mais durante a pandemia foi o podcast e o youtube.

Segundo relatório 2020 Mid-Year The State of the Podcast Universe, da empresa de tecnologia Voxnext, o Brasil liderou o ranking de produção de podcasts nos primeiros 6 meses de 2020, bem como, os podcasts. Além disso, os podcasts apresentados em Português sofreram um aumento de 103%.

Como o marketing jurídico absorveu essas tendências?

Os conteúdos em redes sociais, blog posts e demais conteúdos audiovisuais e textuais já eram bastante usados em estratégias de inbound marketing jurídico, e assim seguiram, com destaque para conteúdos de Direito da Saúde, Direito do Trabalho, Direito Empresarial e Direito do Consumidor.

Esclarecer dúvidas sobre o impacto do coronavírus nestas áreas foi uma das condutas mais destacadas nos conteúdos produzidos por advogados.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também foi e continua sendo um assunto sobre o qual os conteúdos jurídicos são muito procurados online, sobretudo agora que já entrou em vigor.

É importante lembrar que, desde que o conteúdo tenha finalidade informativa e instrutiva, sem indicação expressa de serviços jurídicos, sem fornecer o contato do advogado e sem respostas habituais a dúvidas e comentários que peçam orientação jurídica, não há problema em produzir conteúdos esclarecendo questões e analisando fatos e atos normativos.

Quanto aos podcasts, destacou-se uma decisão do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB do Estado de São Paulo, segundo o qual é permitida a participação do advogado em podcasts, “desde que o acesso ao respectivo conteúdo dependa de uma iniciativa do usuário, que deve ativamente optar por ter acesso à informação disponibilizada”. (Processo E-5.342/2019)

Inclusive, a forma como o TED se referiu ao tipo de podcast permitido é literalmente a definição de inbound marketing, o que prova mais uma vez a força do inbound como estratégia eficaz e ao mesmo tempo ética e segura.

Inbound marketing é isto: é preparar conteúdo e posicionamento para ser encontrado quando o próprio usuário estiver à busca de informação.

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